Sobre as lágrimas
- crsuzuki
- 4 de dez. de 2020
- 1 min de leitura
Atualizado: 10 de dez. de 2020
Por Cássia Suzuki
"Como meus olhos podem estar secos se as lágrimas chegam a escorrer pelos cantos dos olhos?"
Esta é uma pergunta frequente no consultório, e bem lógica! Mas todo o pensamento lógico, se houver alguma inverdade no meio do caminho, leva a uma conclusão incorreta (as falácias)...
A pegadinha está justo na diferença entre a lágrima basal (a que lubrifica e alimenta nossos olhos) e a reflexa (a que é formada, às pressas, para suprir alguma alteração ocular)

A lágrima basal é produzida quando piscamos, e é formada por uma camada de gordura externa, aquosa no meio, e mucosa grudadinha na córnea. Serve para - levar os nutrientes para a córnea se manter transparente, - lavar os olhos - é como uma lente de contato, auxilia na focalização - defesa contra microorganismos - a camada lipídica (gordurosa) aí é tremendamente importante: impede a evaporação rápida da lágrima
Se houver algum desbalanço na produção de cada uma delas, seca bem mais rápido e a córnea reclama. O corpo escuta e responde em caráter emergencial: produz a lágrima reflexa que tem muuuuuuuuuita água e poucos nutrientes. Como não tem gordura, evapora rapidinho... e o olho continua "seco", apesar da lágrima reflexa abundante.
Portanto, a boa lágrima (basal) é aquela que nem percebemos que está nos olhos. A lágrima do choro, de quando cai algo nos olhos, ou aquela que escorre, é a reflexa. Não tem nutrientes. Não "lubrifica". E o olho se mantém seco.
Comments